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Literaturas espelhadas
A tradição de livreiros franceses se instalarem no Brasil foi mantida ao longo do século XIX. Um dos pioneiros foi Paulo Martin, herdeiro de uma família de livreiros de origem francesa que se instalara em Portugal e que depois foi responsável por uma nova livraria no Rio de Janeiro.
O contato entre as literaturas do Brasil e da França foi especialmente intenso nos séculos XIX e XX. Já no século anterior, narrativas e poesias, de lavra européia, escritas dialogando utopicamente com a natureza e a vida dos habitantes dos trópicos, faziam sucesso no mundo.
O romance de mar, frequentemente inspirado do que viveram seus autores e por isso parente próximo do relato de viagens, é delimitado por fronteiras também permeáveis às aventuras voltadas para o público infanto-juvenil.
No século XIX, é óbvio que o espaço brasileiro não oferece aos escritores franceses nada comparável ao que foi a “viagem no oriente”. Na maior parte das vezes, ele interessa a uma literatura de gênero, que apesar de ser considerada “menor” tem contudo seus florões.
Espetáculos teatrais foram um dos principais meios de difusão da cultura e dos valores franceses no século XIX. O prestígio do repertório e a admiração pelos artistas ajudaram a consolidar a hegemonia cultural da França, estreitando sua conexão com o público brasileiro.
Conhecimentos e zonas de turbulência: A Revue des Deux Mondes - Olhares cruzados
Entre 1947 e 1950, em um momento em que Proust está esquecido na França, ele ganha um interesse inédito no Brasil. O fenômeno, ligado à emergência de uma tradução de La Recherche du temps perdu em 1948, está longe de se limitar unicamente a esse empreendimento editorial.
No início do século XXI, os poetas populares brasileiros continuam a declamar a história de Carlos Magno e dos pares da França, enquanto festas populares reproduzem as lutas entre mouros e cristãos. Um salto cultural oceânico, reunindo Idade Média e Brasil contemporâneov